terça-feira, 18 de maio de 2010

Nunca faltaram apelos!

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27/03/2007, às 21h38
Velhos problemas de Campina Grande
Não resta dúvidas que Campina Grande mudou nestes últimos três anos com a administração do prefeito Veneziano Vital do Rêgo, ganhou novos asfaltos, novas unidades de saúde, e inúmeras obras podem ser vista em toda a cidade, porém velhos problemas continuam esperando soluções, e alguns colocam diretamente em risco a saúde de sua população.

Campina Grande possui mais de 351 mil habitantes, e boa parte deles não sabem da origem da carne que consomem todos os dias, e nem da qualidade da mesma, isso se deve ao fato de que a cidade não possui um único matadouro público, (apenas matadouros clandestinos), somando o fato de que os animais vendido para o abate na feira de gado na cidade, não precisa mais comprovar a vacina contra brucelose e tuberculose no momento de sua comercialização.

Em outras palavras, fora a carne que é vendida através de grandes supermercados, e que possui selos de garantias pela vigilância de saúde, não sabemos da origem e das condições de saúde do animal que foi abatido em Campina, isso porque não se tem um controle sanitário na cidade que fiscalize e ateste a qualidade, as condições de higiene do animal no momento do abate.

Para completar o descaso com a saúde, vou lembrar de uma reportagem produzida por alunos do Curso de Comunicação Social em 2003, para a revista O Exemplo, que falava sobre lixo hospitalar em sua capa, na época, um catador do lixão foi abordado com a seguinte pergunta: - O que é para o senhor lixo hospitalar?

E declarou a seguinte resposta: “- É um lixo muito bom, nele temos vasilhas que podemos guardar alimentos, tem tesoura que podemos usar para cortar coisas, estiletes, etc.”

Passados longos quatro anos, Campina Grande continua na mesma situação, os hospitais públicos e privados continuam jogando lixo hospitalar no lixão da cidade, continuam poluindo o meio ambiente com um material que pode transmitir doenças e contaminação, e colocando em risco a população que vive de catar lixo. Isso porque não existem incineradores de lixo hospitalar em nenhum hospital de Campina, o que devia existir, já que é uma obrigação segundo a lei.

Campina também sofre com o descaso na preservação de sua cultura, faz mais de um ano que denunciei através desta minha coluna as condições em que se encontram prédios que fazem parte do patrimônio cultural da cidade, entre eles o Eldourado, o Cine São José, o Capitólio e o Babilônia.

Chega a ser contraditório que todos os anos o Eldourado ganhe uma copia cenográfica no Parque do Povo durante os festejos juninos e que o Original não ganhe nem uma mão de tinta após tantos anos de abandono. Também chega ser doloroso entrar no Capitólio e constatar naquele lugar onde já discursaram tantos políticos, entre eles Assis Chateaubriand, e que foi palco cultural da cidade por mais de meio século, encontre-se hoje sem o teto, sem seu piso original, e com todo o maquinário despedaçado pelo chão, lembrando até um navio naufragado no esquecimento.

É incrível o descaso da Secretaria de Educação, Lazer e Cultura, para com esse patrimônio Campinense; não se fala nada - não existem projetos, existe apenas o risco do tempo e do setor imobiliário destruir esse patrimônio, como foi feito com o Teatro Apollo, que hoje deu lugar a apenas um estacionamento ao lado do Edifício Ramos, na Rua Barão do Abiai; risco que o Babilônia sofre agora, pois esta sendo reformado para funcionar a Igreja Universal do Reino de Deus, mesmo destino que teve o 1º cinema da cidade, o Cinema Campinense na Getulio Vargas.

Além desses problemas, de saúde e cultura, Campina também tem problemas sociais, como o dos transportes urbanos e coletivos, que fazem um péssimo trabalho na cidade, deixando os usuários às vezes horas a fio esperando um ônibus, que chegam quase sempre lotados, e que tem preço de sua passagem abusiva, principalmente se comparada com o preço da passagem em João Pessoa.

Deixando de lado a comparação de tamanho das duas cidades, (já que é a capital da Paraíba é enorme em relação à Rainha da Borborema), enquanto em Campina se paga R$ 1,45 Reais para cada ônibus utilizado, em João Pessoa paga-se R$ 1,60, com a vantagem de poder fazer integração, (troca de coletivo), só para ter uma noção de como a população Campinense está pagando caro, cito um exemplo muito simples, enquanto um Estudante que mora no Jardim Paulistano paga quatro passagens para sair de seu bairro à Universidade Federal de Campina Grande e voltar, (pagando assim R$ 5,80 Reais), o mesmo aluno em João Pessoa, independente de onde mora, pagará apenas duas, (R$ 3,20 Reais), pois ele tem a vantagem de poder trocar de ônibus em um determinado local sem pagar mais por isso.

Gostaria de encerrar esse texto fazendo um apelo ao Secretario Municipal de Saúde Matuselah Agra, para que tome providencias em relação à criação de pelo menos um Matadouro público em Campina, e também pedindo ao Secretário de Cultura, Flávio Romero Guimarães mais atenção com o patrimônio histórico de Campina e políticas de restauração e utilização desses prédios, para que, não apenas fiquem restaurados e abandonados como é o caso do Cine São José.

Por fim, gostaria de pedir ao prefeito Veneziano, que agilizasse o sistema de integração nos transportes urbanos, que tinha previsão de já esta funcionando no inicio de 2007, e que até agora não foi entregue como prometido os 4 terminais de integração (um no bairro do Dinamérica, outro bairro do Cruzeiro – próximo do antigo Forrock, outro no Bodocongó e outro no Terminal Rodoviário Argemiro Figueiredo no Catolé, próximo ao shopping Iguatemi) e 2 pontos de transbordos. Faço esses apelos às autoridades na esperança de ser atendido e na certeza que cobrarei depois se não.
Por Aluísio Moura

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