segunda-feira, 24 de maio de 2010
sexta-feira, 21 de maio de 2010
Sandra Marrocos visitou a ocupação de estudantes e artistas
O projeto formulado por várias entidades como o Moinho de Cinema da Paraíba, Sindicato dos Jornalistas e Centro Acadêmico (CA) de Comunicação Social, pretende fazer do Cine uma extensão do Departamento de Comunicação, transformando o Cine São José num espaço produtivo, onde os alunos possam realizar laboratórios e projetos artísticos para a população.
Há 40 anos o prédio se encontra em processo de degradação e no fim da década de 90, houve uma manifestação semelhante promovidas por estudantes universitários (as).
História - O Cine São José foi construído em 1945, no pós-guerra. Na estréia, o filme exibido foi ‘Sempre no Meu Coração’. Nas sextas-feiras exibiam um seriado e o cinema lotava. Os anos 50 e 60 no Bairro do São José foram de uma efervescência cultural, social e intelectual que praticamente é obrigatório o lugar voltar a funcionar.
Até os anos 80, o prédio exibia o que a TV ainda não mostrava. Mas agora, com a imensa produção audiovisual do estado em festivais de cinema do mundo todo, o Cine precisa ser reativado como um local de artes.
terça-feira, 18 de maio de 2010
Nunca faltaram apelos!
27/03/2007, às 21h38
Velhos problemas de Campina Grande
Não resta dúvidas que Campina Grande mudou nestes últimos três anos com a administração do prefeito Veneziano Vital do Rêgo, ganhou novos asfaltos, novas unidades de saúde, e inúmeras obras podem ser vista em toda a cidade, porém velhos problemas continuam esperando soluções, e alguns colocam diretamente em risco a saúde de sua população.
Campina Grande possui mais de 351 mil habitantes, e boa parte deles não sabem da origem da carne que consomem todos os dias, e nem da qualidade da mesma, isso se deve ao fato de que a cidade não possui um único matadouro público, (apenas matadouros clandestinos), somando o fato de que os animais vendido para o abate na feira de gado na cidade, não precisa mais comprovar a vacina contra brucelose e tuberculose no momento de sua comercialização.
Em outras palavras, fora a carne que é vendida através de grandes supermercados, e que possui selos de garantias pela vigilância de saúde, não sabemos da origem e das condições de saúde do animal que foi abatido em Campina, isso porque não se tem um controle sanitário na cidade que fiscalize e ateste a qualidade, as condições de higiene do animal no momento do abate.
Para completar o descaso com a saúde, vou lembrar de uma reportagem produzida por alunos do Curso de Comunicação Social em 2003, para a revista O Exemplo, que falava sobre lixo hospitalar em sua capa, na época, um catador do lixão foi abordado com a seguinte pergunta: - O que é para o senhor lixo hospitalar?
E declarou a seguinte resposta: “- É um lixo muito bom, nele temos vasilhas que podemos guardar alimentos, tem tesoura que podemos usar para cortar coisas, estiletes, etc.”
Passados longos quatro anos, Campina Grande continua na mesma situação, os hospitais públicos e privados continuam jogando lixo hospitalar no lixão da cidade, continuam poluindo o meio ambiente com um material que pode transmitir doenças e contaminação, e colocando em risco a população que vive de catar lixo. Isso porque não existem incineradores de lixo hospitalar em nenhum hospital de Campina, o que devia existir, já que é uma obrigação segundo a lei.
Campina também sofre com o descaso na preservação de sua cultura, faz mais de um ano que denunciei através desta minha coluna as condições em que se encontram prédios que fazem parte do patrimônio cultural da cidade, entre eles o Eldourado, o Cine São José, o Capitólio e o Babilônia.
Chega a ser contraditório que todos os anos o Eldourado ganhe uma copia cenográfica no Parque do Povo durante os festejos juninos e que o Original não ganhe nem uma mão de tinta após tantos anos de abandono. Também chega ser doloroso entrar no Capitólio e constatar naquele lugar onde já discursaram tantos políticos, entre eles Assis Chateaubriand, e que foi palco cultural da cidade por mais de meio século, encontre-se hoje sem o teto, sem seu piso original, e com todo o maquinário despedaçado pelo chão, lembrando até um navio naufragado no esquecimento.
É incrível o descaso da Secretaria de Educação, Lazer e Cultura, para com esse patrimônio Campinense; não se fala nada - não existem projetos, existe apenas o risco do tempo e do setor imobiliário destruir esse patrimônio, como foi feito com o Teatro Apollo, que hoje deu lugar a apenas um estacionamento ao lado do Edifício Ramos, na Rua Barão do Abiai; risco que o Babilônia sofre agora, pois esta sendo reformado para funcionar a Igreja Universal do Reino de Deus, mesmo destino que teve o 1º cinema da cidade, o Cinema Campinense na Getulio Vargas.
Além desses problemas, de saúde e cultura, Campina também tem problemas sociais, como o dos transportes urbanos e coletivos, que fazem um péssimo trabalho na cidade, deixando os usuários às vezes horas a fio esperando um ônibus, que chegam quase sempre lotados, e que tem preço de sua passagem abusiva, principalmente se comparada com o preço da passagem em João Pessoa.
Deixando de lado a comparação de tamanho das duas cidades, (já que é a capital da Paraíba é enorme em relação à Rainha da Borborema), enquanto em Campina se paga R$ 1,45 Reais para cada ônibus utilizado, em João Pessoa paga-se R$ 1,60, com a vantagem de poder fazer integração, (troca de coletivo), só para ter uma noção de como a população Campinense está pagando caro, cito um exemplo muito simples, enquanto um Estudante que mora no Jardim Paulistano paga quatro passagens para sair de seu bairro à Universidade Federal de Campina Grande e voltar, (pagando assim R$ 5,80 Reais), o mesmo aluno em João Pessoa, independente de onde mora, pagará apenas duas, (R$ 3,20 Reais), pois ele tem a vantagem de poder trocar de ônibus em um determinado local sem pagar mais por isso.
Gostaria de encerrar esse texto fazendo um apelo ao Secretario Municipal de Saúde Matuselah Agra, para que tome providencias em relação à criação de pelo menos um Matadouro público em Campina, e também pedindo ao Secretário de Cultura, Flávio Romero Guimarães mais atenção com o patrimônio histórico de Campina e políticas de restauração e utilização desses prédios, para que, não apenas fiquem restaurados e abandonados como é o caso do Cine São José.
Por fim, gostaria de pedir ao prefeito Veneziano, que agilizasse o sistema de integração nos transportes urbanos, que tinha previsão de já esta funcionando no inicio de 2007, e que até agora não foi entregue como prometido os 4 terminais de integração (um no bairro do Dinamérica, outro bairro do Cruzeiro – próximo do antigo Forrock, outro no Bodocongó e outro no Terminal Rodoviário Argemiro Figueiredo no Catolé, próximo ao shopping Iguatemi) e 2 pontos de transbordos. Faço esses apelos às autoridades na esperança de ser atendido e na certeza que cobrarei depois se não.
Por Aluísio Moura
Propostas que nunca passaram de notícias em jornais
Secretário visita antigo Cine São José e anuncia parceria com PMCG para recuperar prédio
23-Set-2009
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Cine São José vai ser recuperado através de parceria entre Governo do Estado e PMCG
Depois de visitar cinco escolas públicas em Campina Grande e constatar a situação de abandono em que elas se encontram, o secretário de Estado da Educação e Cultura, Francisco de Sales Gaudêncio, visitou no final da tarde desta terça-feira o prédio do antigo cine São José, no bairro do mesmo nome, e ficou surpreso com o que viu.
O local está completamente abandonado, entregue a própria sorte e servindo apenas de mural público, onde são colocados cartazes e anúncios de casas de shows e eventos comerciais. No interior do prédio não existe mais nada, a não ser lixo, fezes humanas e lembranças do que já foi palco de grandes espetáculos da Sétima Arte. Fechado há anos, o prédio é tombado pelo Estado.
Em companhia da gerente da 3ª Regional de Educação, Socorro Ramalho, e do vereador Fernando Carvalho, o secretário Sales Gaudêncio concedeu entrevista na porta do ex-cine São José e anunciou uma parceria com a Prefeitura Municipal de Campina Grande para que o local seja imediatamente recuperado em sua forma física, para em seguida ser encontrado um destino de uso cultural para o mesmo, de forma a resgatar a importância de sua história para o município.
VISITAS – No período da tarde o secretário Sales Gaudêncio esteve em companhia da gerente da 3ª Regional de Ensino Socorro Ramalho e do superintendente da Suplan, Gilvan Frade, visitando mais escolas públicas estaduais. Ele foi até as escolas Vicentina Vital do Rego, no Jeremias; Severino Cabral (no conjunto Severino Cabral); Dom Luiz Gonzaga Fernandes (nas Malvinas) e no CAIC (nas Malvinas).
Em todas elas foi constatada a situação de abandono e descaso em que se encontram, com muros caídos, falta de carteiras, quadros quebrados, tetos danificados, paredes com infiltrações, e partes elétrica e hidráulica comprometidas. Em todos os casos o secretário anunciou medidas urgentes de recuperação dos prédios. As obras devem começar o mais rápido possível (tão logo seja feita a licitação) e a idéia do governador José Maranhão é que todas as escolas estejam prontas para receber os alunos de forma adequada no início do semestre letivo do próximo ano.
Apolinário Pimentel, da Secom Campina Grande, com fotos de Hiran Barbosa
O CINEMA NA PARAIBA
http://cinebairro.blogspot.com/2007/06/o-cinema-na-paraiba.html
A exemplo de outros estados, o cinema chegou à Paraíba trazido por um ambulante europeu. Nicola Maria Parente realizou as primeiras projeções em agosto de 1897, na capital do Estado, durante a tradicional Festa das Neves. Em 1902, Mário Quineau, diretor da empresa Nordeste Brasil, passou a exibir regularmente no Teatro Santa Roza. O incipiente mercado se estabilizou e tomou algum impulso a partir de 1907, quando os primeiros filmes de ficção chegaram a capital e o interior viu surgir suas primeiras salas de exibição. As primeiras produções locais apareceram em 1918 pelas mãos de Pedro Tavares, fotógrafo do governo do Estado, que registrou por pouco tempo, além de obras governamentais, os principais acontecimentos da época.
O cinema paraibano ganhou vulto com a obra de Walfredo Rodriguez, que realiza em 1923 o documentário Carnaval Paraibano e Pernambucano, e inicia em 1924 Sob o Céu Nordestino, considerado seu mais importante trabalho. Concluído em 1928, veio a se constituir, na opinião de críticos e cineastas, num marco etnológico dentro do cinema brasileiro, por retratar pioneiramente e sem exoterismo a cultura popular nordestina. Tal feito rendeu-lhe o título de Pai do Cinema Paraibano. Da obra restaram alguns fragmentos, utilizados por Wladimir Carvalho em Homem de Areia.
Com a introdução do som, cessou a atividade cinematográfica no Estado, havendo lenta retomada com a criação, pelo governador José Américo de Almeida, do Serviço de Cinema Educativo em 1955, cujos filmes estavam a cargo de João Córdula, e com o movimento cineclubista. Com a criação do primeiro cineclube, 1952-1953, iniciativa de José rafael de Menezes e dos padres Antônio Fragoso e Luís fernandes, surgiu um pólo aglutinador das discussões teóricas e estéticas em torno de um cinema paraibano. Como conseqüência, aparece em 1955 a Associação dos Críticos Cinematográficos da Paraíba (ACCP), contemporânea da Universiidade Federal da Paraíba (UFPB).
O final da década de 50 foi marcado, sobretudo pela constituição de uma nova cinematografia, embrião imediato do chamado cinema novo. Foi o momento da realização de Aruanda (1959-1960), de Linduarte Noronha, e da deflagração do Ciclo do Documentário Paraibano, que durou de 1959 a 1979. Aruanda representou a afirmação do cinema paraibano no panorama nacional e impulsionou a produção no Estado, especialmente a documental. Despontal nomes como Wladimir Carvalho (O País de São Saruê, Conterrâneos Velhos de Guerra), João Ramiro de Melo (Romeiros da Guia, O Sósia da Morte), Ipojuca Pontes (Poética popular, os Homens do caranguejo) e muitos outros. Linduarte ainda realizou ,mais dois filmes: o curta documental O Cajueiro nordestino (1962) e o longa ficcional O Salário da Morte (1970).
A década de 60 contabilizou considerável aumento da produção de filmes, levando-se em conta as dificuldades para obtenção de equipamentos, recursos e profissionais especializados. A maior parte dos filmes foi feita por equipes integradas por no máximo quatro pessoas. As dificuldades iriam se acentuar com o tempo e nos aos 70 os principais protagonistas do ciclo deflagrado em 1959 migrariam para outros estados. Em movimento contrário, a cultura e a literatura paraibanas atrairiam, na mesma época, cineastas do Sul do país, resultando em três longas-metragens de ficção: Menino de Engenho, de Walter Lima Jr., feito em 1965 a partir da obra de José Lins do Rego; Soledade, filmado por Paulo Thiago em 1976 com base em A bagaceira, de José Américo de Almeida; e Fogo Morto, rodado por Marcos Farias no mesmo ano, adaptação da obra homônima de José Lins do Rego.
O movimento local se reanimou com a realização da VII JORNADA BRASILEIRA DE CURTA-METRAGEM, em 1979, durante a qual se discutiu a criação de um pólo cinematográfico paraibano, o que nunca aconteceu, apesar do prometido financiamento da EMBRAFILME e do governo do Estado.O que de concreto a jornada produziu foi a criação do Núcleo de Documentação Cinematográfica (NUDOC). Graças a um convênio de cooperação técno-cultural feito entre a UFPB e o Centro de Formação de Cinema Direto de Paris (Association Varan), que previa a implantação de um ateliê de cinema direto de João Pessoa e o estágio dos alunos locais na capital francesa, o NUDOC conseguiu comprar equipamentos áudio-visuais, tornando-se co-produtor de vários filmes realizados no Estado nos anos 80. O projeto, que tinha a sua frente o diretor do Comitê de Filme Etnográfico da França, Jen Rouch, consistia na aquisição de um sistema completo de produção em bitola Super-8. A proposta acabou por dividir os cineastas locais, que acreditavam as metas estabelecidas pos Rouch divergiam das propostas traçadas pela geração documentarista dos anos 60. Estes viam no NUDOC a possibilidade da retomada da produção em bitolas mais profissionais. Foi nesse clima de desencontros consensuais que a Paraíba inaugurou a fase chamada de superoitista.a bitola amadora dinamizou o processo de produção, permitindo aos novos cineastas uma experimentação mais intensa da ficção. Pouco antes, a cidade de campina Grande havia se tornado um razoável pólo de produção e discussões cinematográficas. Esta girou em torno da criação do Cinema de Arte e contou com nomes como Bráulio Tavares, José Umbelino Brasil e os irmãos Rômulo e Romero Azevedo. Aquela teve em Machado Bittencourt e na sua CINÉTICA FILMES LTDA, um dos raros estúdios cinematográficos do país especializados em 16 mm, uma base segura para realização de diversos curtas experimentais e dois longas de ficção, Maria Coragem (1977) e O Caso Carlota (1981). Machado foi ainda um dos fundadores da Fundação nordestina de cinema (FUNCINE), fechada com a extinção da EMBRAFILME em 1990.Ao longo dos anos 80, com o apoio da FUNAPE, órgão vinculado à UFPB, realizaram-se ainda alguns curtas documentais e semidocumentais na mesma bitola 16 mm. Cinema Paraibano 20 Anos (1983) e Nau Catarineta (1987), ambos de Manfredo Caldas; Parahyba (1985), de Machado Bittencourt; 24 Horas (1986), de Marcus Vilar, Itacoatiara - a Pedra no Caminho (1987, de Torquato Joel; Carnaval Sujo (1987-19880, Palácio do Riso (1989) e Reino de Deus (1989), este da cineasta Vânia Perazzo, em co-produção com a Bulgária. Vilar, Joel e Perazzo foram formados pelo Ateliê Varan de Paris.
A década de 90 apresenta novamente uma queda acentuada na produção. O único filme apresentado é Viagem a São Saruê, de João de lima e Everaldo Vasconcelos, iniciado em 1987 e concluído em 1995.
Fonte: RAMOS, Fernão; MIRANDA, Luiz Felipe. Enciclopédia do cinema brasileiro. São Paulo, Editora Senac, 2000.
O “Moído” volta a exibir nesta quarta feira
CINE SÃO JOSÉ apresenta:
Mais uma artista se engaja na luta pela doação do Cine São José à UEPB.
domingo, 16 de maio de 2010
Governador autoriza a reforma e ampliação do Cine São José
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26-Dez-2007 | |
Cássio assinou a ordem de serviço que autoriza a reforma e ampliação do Cine São José. O governador Cássio Cunha Lima assinou, nesta quarta-feira (26), a Ordem de Serviço para execução do projeto de ampliação e reforma do Cine São José, que fica localizado na rua Lino Gomes, no Bairro São José, em Campina Grande. A solenidade aconteceu no próprio local. Cássio destacou a importância da obra para o resgate da cultura campinense. Ele frisou que o Cine São José foi utilizado por muito tempo voltado para o segmento cultural e agora isso volta a acontecer. Na solenidade, Cássio anunciou que as obras serão iniciadas imediatamente e que a previsão de conclusão é para meados de junho do próximo ano. O governador também anunciou a instalação do Museu de Artes em uma nova sede e a construção de um novo Museu, com o objetivo de reverenciar a memória de nomes como Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro e Marinês. Executada pela empresa JGA Engenharia, a obra será financiada com recursos próprios do Tesouro Estadual fixados em R$ 411.752,91. A responsabilidade pela fiscalização dos trabalhos é da Superintendência de Obras do Plano de Desenvolvimento do Estado (Suplan), que designou a engenheira Araci Brasil para acompanhar toda a execução do projeto. Conforme dados disponibilizados pela Assessoria Técnica da Suplan, o projeto de ampliação e reforma do Cine São José contempla uma área de reforma de aproximadamente 500 m², com área de ampliação de 455 m², e inclui a recuperação de todas as instalações hidráulicas, elétricas e sanitárias, recuperação de pisos e assoalhos de madeira, como também de portas e janelas, além de pintura em tinta lavável e em esmalte sintético (para esquadrias). Com a recuperação do Cine São José, o Governo do Estado dá mais uma importante contribuição para o resgate histórico e cultural de Campina Grande, tendo em vista o fato de ser o “São José” um espaço extremamente presente na memória do povo da cidade, uma vez que foi um dos primeiros cinemas instalados no município, com presença ativa na vida de milhares de campinenses durante várias décadas. Cine São José O Cine São José foi inaugurado no dia 10 de novembro de 1945, com a exibição do filme “Sempre em seu coração”. À exemplo de muitas casas de exibição do gênero, era também palco para apresentações de espetáculos cênicos e musicais. Nomes importantes da cultura brasileira por lá passaram, como Luiz Gonzaga e o grande ator Rodolfo Mayer. Em seus mais de quinhentos lugares exibia os seriados e filmes de aventuras. Naquele tempo, Campina ainda vivia o final do ciclo do algodão e alimentava o desejo de ser uma cidade moderna e grande. Até os anos setenta, o São José sobreviveu sem grandes problemas, cumprindo o seu papel como espaço de cultura e lazer, até sucumbir diante da concorrência da televisão, do vídeo, da crise econômica. O prenúncio desses tempos adversos coincide com o início dos anos oitenta, quando em abril de 1983, um velho filme japonês de kung-fu anunciava a sua última sessão. Dos aspectos arquitetônicos e paisagísticos: O prédio do Cine São José é um exemplo típico do estilo art-decor que seguia os padrões das construções tradicionais da alvenaria de tijolos, acompanhada das coberturas de telhas romanas de capa e canal desnudadas de qualquer ornamentação, expressando o modo racional da vida burguesa adaptado aos trópicos. Dada a importância do antigo Cine São José para a identidade cultural da cidade de Campina Grande, espaço não só de lazer e diversão, mas também como lugar de sociabilidade, que contribui para formação de várias gerações de campinenses, em 21 de setembro de 2001, foi assinado o seu Tombamento através do Decreto nº 22.245 que homologou a Deliberação nº 0077/2001 do Conselho de Proteção de Bens Históricos Culturais- CONPEC, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba – IPHAEP. |
Reitora da UEPB recebe estudantes que integram a mobilização pelo renascimento do Cine São José
Camelos do Ingá em mais uma mostra competitiva!
sexta-feira, 14 de maio de 2010
Câmara solicita ao Governador doação do Cine São José para UEPB
Na propositura que foi aprovada por unanimidade, o vereador Olimpio Oliveira justifica que o Cine São José, é um importante equipamento público, não só pela sua história, mas pelo que pode significar para as gerações contemporâneas e futuras, desde que seja resgatado como um espaço que poderá abrigar diversas manifestações artísticas e culturais.
Na tribuna, o vereador Olimpio Oliveira destacou a importância histórica daquele que hoje encontra se totalmente destruído e repleto de lixo. “O mesmo Cine São José, que foi construído em 1945 no pós-guerra, faz parte do Patrimônio Histórico da Paraíba, sendo assim, este importante espaço e arquivo histórico de nossa terra, possa ser revitalizado e continue servindo como um espaço digno onde se cultue as artes” destacou.
Segundo Olimpio, ele acredita na sensibilidade do Governador José Maranhão, que entenderá que a luta pela reabertura do Cine São José e sua conseqüente transformação em um novo espaço destinado aos movimentos culturais de Campina Grande, não pertencerá só aos estudantes e a classe artística, pois a recuperação daquele espaço será uma vitória de toda sociedade.
Em seu pronunciamento, o vereador peemedebista também ressaltou a importância do movimento pacifico composto por estudantes do Curso de Comunicação Social e artistas locais, que estão acampando no interior do Cine desde a última terça-feira 11. Os estudantes e artistas chegaram a armar uma tenda dentro do prédio onde fazem as refeições, e no turno da noite ficam recitando poemas e conversando sobre a importância do Cine.
Pedro Henrique Almeida -PHA-
(083) 8879-2613
São José, o Cine
Carlos Azevedo // jornalista e professor universitário
Em época de inverno, na sua marquise ainda se improvisa um abrigo, mesmo que provisório. A sua calçada desgastada e irregular ainda pode ser usada como palco para as pessoas que esperam demoradamente os ônibus. As paredes infiltradas também servem para colar cartazes de apresentações musicais de qualidade e gosto duvidosos. Falo do que restou, falo de escombros, de urbes e ruínas, do que resta dos mortos, como bem disse o poeta Políbio Alves em seus livros. Falo do que resta do Cine São José. Das ruínas da memória social da cultura campinense, de um tempo que se foi. Mas também dialogo com os homens e mulheres de hoje, com que restou e também com o que pode ser feito. E sonhado...
Talvez esteja errado e tudo não volte mais, "Cinema Paradiso". Leio na monumental obra sobre a sétima arte na Paraíba, escrita por Wills Leal, que o Cine São José foi criado em novembro de 1945. E que ele tinha uma esquisita promoção para as pessoas do bairro: quem trazia a sua própria cadeira de casa tinha desconto no ingresso. Wills também relata que Campina Grande possuiu muitos cinemas de bairro e que eles tiveram um grande papel no entretenimento e formação de muita gente na cidade.
Escutei alguns rumores de que querem transformar o antigo cinema do São José em mais um "shopping" de camelôs. Seria enterrar mais um capítulo de nossa história cultural no lixo. Mas também tenho visto professores e alunos das duas principais universidades sonhando alto, querendo um rumo mais decente para o prédio.
Não é que o governo tenha má vontade com o São José, o Cine. Dizem que ele foi reformado umas quatro vezes, em gestões de diferentes cores políticas. Na última, alguns anos atrás, resgatou-se a beleza do prédio. O São José brilhava sem ao menos ter um filme em cartaz. Vazio de pessoas e de projetos, sem uso, o prédio foi envelhecendo, degradando, se arruinando. Não lhe foi dada uma utilidade. E os espaços mais conservados são aqueles nos quais se tem um uso social.
É hora de sonhar com mais uma reforma, dessa vez diferente. E que o espaço seja cedido a um centro cultural para abrigar a criatividade de jovens estudantes, cineastas, atores e teatrólogos. O roteiro do filme é este... só falta rodar!
Carlos Azevedo
Caixa Postal 0122
Campina Grande-PB
CEP-58400-970
83-91793836
E a luta continua!
(fotos de Luciano Mariz)
A cada dia ficamos mais satisfeitos por lutar por uma causa justa!
quinta-feira, 13 de maio de 2010
Salvem nosso Patrimônio!
Em cartaz no Cine São José!
quarta-feira, 12 de maio de 2010
Ocupado na manhã de hoje o prédio do Cine São José.
segunda-feira, 10 de maio de 2010
CINEMA PARAIBANO INVADINDO O PARANÁ!
O 7º Festival de Cinema de Maringá, que acontecerá entre os dias 21 e 28 deste e que está homenageando o cineasta Julio Bressane divulgou hoje a lista de filmes selecionados para a mostra competitiva 2010. 36 filmes foram selecionados em 04 categorias: curtametragens 35mm, curtametragens digitais, longametragens 35mm e longametragens digitais. Os selecionados são de 10 estados brasileiros. Na categoria curtametragens digital, 15 produções foram selecionadas (08 ficções, 03 animações e 04 documentários), sendo 05 do Rio de Janeiro, 04 de São Paulo, 01 de Mato Grosso, 01 de Goiás, 02 do Ceará e 02 da Paraíba.
Os filmes paraibanos selecionados são produções de cineastas de Campina Grande. Uma ficção de Taciano Valério, cineasta já reconhecido e premiado nacionalmente, “Bode Movie” que foi lançado no dia 21 de abril no Moído, lá no Bronx Bar e um documentário de Carlos Mosca e Ronaldo Nerys, “Maria de Kalú”, este lançado no Comunicurtas 2009 onde levou o troféu Machado Bittencourt de menção honrosa. O documentário já foi exibido em cinco festivais: no 8º Festival de Cinema Universitário de Guaíba/RS ficando em terceiro lugar; no 17º Mix Brasil – Festival Internacional de Cinema da Diversidade Sexual/SP, no For Rainbow 2009 – Festival de Arte e Cultura da Diversidade Sexual em Fortaleza/CE e na 9ª Mostra do Filme Livre no Rio de Janeiro/RJ.
É mais uma janela que se abre para as produções campinenses, consolidando a qualidade do nosso cinema, que se encontra em total efervescência e arrebatando prêmios nos festivais pelo Brasil a fora, a exemplo do ator Fabiano Raposo, que a semana passada ganhou o prêmio de melhor ator do 1º Festival de Cinema de Ribeirão Pires/SP, por sua atuação no filme “Depois da Curva” de Helton Paulino.
O que nos entristece, mesmo com tanto reconhecimento, é não termos, aqui em Campina Grande, um espaço adequado para a exibição dos nossos filmes. “Encontra-se em estado de cenário de filme de terror um dos maiores patrimônios culturais da cidade de campina Grande : O Cine São José. Filmes como Ben-Hur, Luzes da Ribalta e até o espetáculo teatral “O ébrio” com Vicente Celestino e Gilda Abreu outrora apresentados no cine, hoje dão lugar ao descaso e abandono do que restou do São José, com suas cadeiras arrancadas, o teto desabado, chão imundo e repleto de latas usadas para o consumo de crack, lixo e fezes, por vezes, até transformado em depósito de motos roubadas.” (Samantha Pollyana Pimentel
Graduanda em Comunicação Social/UEPB e
graduanda em Arte e Mídia/UFCG).
Aproveito assim a ocasião para convidar a todos que pensam como nós e que também sentem essa lacuna no cinema campinense a participarem da semana de protestos e mostras culturais na fachada do antigo Cine São José. Vamos reivindicar o retorno desse patrimônio histórico – cultural da nossa cidade. O movimento terá início amanhã (terça-feira - 11.05.10) às 8.30h na Faculdade de Comunicação da Universidade Estadual da Paraíba, onde será dado o pontapé inicial com um ATO PÚBLICO reivindicando o retorno das atividades desse patrimônio da nossa cidade.