segunda-feira, 25 de julho de 2011

No ventre da poesia - Pré-estréia

   Documentário “No Ventre da Poesia” reverencia berço da poesia de improviso
 
Itapetim parou na noite do dia 16 para ver a estréia de “No Ventre da Poesia”, documentário sobre os poetas da cidade que mantem viva a tradição da poesia oral de improviso. Além do filme, o Espaço cultural Rogaciano Leite acabou palco de um Congresso de Violeiros criado especialmente para o lançamento da película e para homenagear os poetas falecidos. Os vencedores foram Mário Lopes e Fernando Emídio, que cantaram homenageando João Archanjo; e Jotinha Ferreira e Damião Silva que cantaram homenageando Pedro Amorim.
O lançamento entrou para a história cultural de Itapetim, já que um dos retratados no documentário, João Archanjo, morreu pouco depois da gravação do curta. João, além de poeta, era o então vice-prefeito de Itapetim e pai da pesquisadora e diretora de “No Ventre da Poesia”, a antropóloga Karlla Christine.

Entretanto, “No Ventre da Poesia” comove não apenas pela homenagem que acabou póstuma a João Archanjo. A pesquisa elaborada pela antropóloga faz uma viagem no tempo e toca fundo na sensibilidade do sertanejo itapetinense. Antes de mais nada, porque extrai depoimentos espontâneos, inteligentes, surpreendentes e autênticos de quem, à primeira vista, parece que só conhece a roça. Segundo, porque eleva a alma do povo de Itapetim a um patamar literário conhecido por poucos: o da beleza e astúcia da poesia oral de improviso que resiste ao mundo moderno. Difícil não se emocionar com gente tão simples e impregnada da mais bela poesia. Em “No Ventre da Poesia”, a direção, o roteiro, a fotografia e cada enquadramento foram pensados para amolecer a mais resistente pedra de Itapetim.
O documentário, afinal, faz jus a Itapetim. “Pedras soltas” rolam pelo leito do quase sempre seco, porém fértil rio Pajeú, jamais assoreado pela pobreza de espírito e rico o suficiente para alimentar e florescer a mais rústica e graciosa flor do sertão: a poesia que não precisa mais do que uma viola, um coração e uma palavra cantada na raiz da saudade.
“No Ventre da Poesia” tem 15 minutos de duração e nasceu depois de aprovado pelo edital Microprojetos Mais Cultura, do Ministério da Cultura, que contemplou  as cidades do semi-árido brasileiro. A realização tem apoio da Funarte (Fundação Nacional de Arte), BNB (Banco do Nordeste) e INEC (Instituto Nordeste e Cidadania), Prefeitura Municipal de Itapetim e Moinho de Cinema da Paraíba. Filmado em Outubro de 2010, o curta tem roteiro, produção e direção de Karlla Christine e Carlos Mosca; direção de fotografia de Lúcio César; direção de áudio de Guga Rocha; pesquisa de Karlla Christine e edição de Carlos Mosca. “No Ventre da Poesia” está inscrito em três festivais de cinema, entre eles, o Festival de Cinema de Campina Grande - Comunicurtas.

Williams Vicente
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