quinta-feira, 15 de dezembro de 2011













Hoje tenho bolo para o jantar,
já estou cheio de pizza.
Tudo aqui acaba assim, sempre.
O costume é quem mata o corpo!
A alma não morre,
mas fica triste...

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

 
 
 
 
 
 
Cinza no céu, chumbo no chão...
Tudo cinzento no meu coração.
Cinza de chuva e de fumaça.
Mas, meu amigo, cinza é a cor do nada,
do que se embaça,
de onde tudo pode ser construído!
Mesmo perdido,
vou tingir tudo de vermelho sangue,
mesmo que eu sangre.
Quero tudo colorido!
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Infeliz tentação que me persegue,
ergue teu braço pra fora do poço
pois nele não mais posso mergulhar.
Deixa-me te puxar pra fora,
vem respirar!
Deixa de ser tentação, 
pára de me assombrar.
Vem, pois é muito ar só pra mim, 
posso sufocar!
 
 
 
 
 
 
 
 
Água e sal.
Apenas uma gota que traça o caminho do nada.
Silenciosa gota que desce quente e me afaga.
Apague o cinza que cobriu minha face apagada!
 
 
 
 
 
 
Delirium e tremo.
Eu tremo, tu tremens, ele treme...
Até as bases tremem de vez em quando!
É a condição primeira para o que se sabe sobre felicidade.
Deliro, tremo nas bases...
O meu duplo olhar dá a festa e você não vem.
Mesmo assim a felicidade não arreda pé,
faz questão de sair "na vassoura".
Alma boêmia,
álcool na veia,
Pra mim, você,
na cabeça,
nos ouvidos,
em todos os sentidos,
pelos sete buracos da minha cabeça...
Tremo e paraliso.
Deliro e escrevo.
Nunca é tão fácil...
Sem você e com tudo isso,
quem não tremeria?
Delirium tremens é pouco!
 
 
 
 
 
Negro no céu, de noite.
No céu da boca,
negra, negra, negra,
negra, negra, negra,
negra, negra, negra...
Na minha boca branca,
na cabeça,
na lembrança,
Negra noite...
 
 
 
Transborda
Pinga
Escorre
Enxarca

A paixão
A água
O peito
Alaga

A enxurrada
Carrega
Tudo
Pro esgoto!

Ainda bem que alguns pingos caem no papel.
 
 
 
 
 
 
 
 
Para tudo...
Mas já está tudo parado!
Calado, observo o silêncio...
Nada se mexe.
Nada mexe mais comigo do que o silêncio!

Cala tudo...
E tudo continua calado.
Parado, ouço o som do silêncio...
Nada mexe comigo.
Nem o barulho dos seus passos indo-se.

O silêncio,
o não-som dos seus passos,
a paralisia calada,
o quase nada!
Só eu aqui parado, de boca fechada!
 
 
 
 
 
Sentinela de mim mesmo,
com os olhos bem abertos,
vejo tudo à minha volta.
Vigiando o meu caminho,
percebendo um espinho,
que a minha alma escolta.
Caminhando só, a esmo,
por lugares tão desertos
sempre acabo em minha casa.
Vou entrando de mansinho
como um estranho no ninho,
agora sem tua asa.