O futuro de nossas cidades, proposto por seus dirigentes, quase sempre são decisões tomadas unilateralmente, já que a população não questiona e nem cobra posições e projetos; isso em parte se deve ao fato da grande maioria da população não ter subsídios intelectuais, históricos e culturais para formular esses questionamentos. Nossas escolas, há muito não formam cidadãos comprometidos com a coletividade, organizados e conscientes de seus deveres e direitos, cientes de sua identidade, de sua força e de sua voz.
Sabemos que a educação e a cultura são as grandes responsáveis pela voz dessa “...massa, que passa nos projetos do futuro...”. Sem essas duas ferramentas básicas, seremos sempre mudos, surdos e cegos. É por isso que as tomadas de decisões e as iniciativas acerca do desenvolvimento desses setores são sempre empurradas com a barriga, proteladas. Os espaços são sempre cerceados, os equipamentos sucateados, os agentes desestimulados, enfim, as coisas vão se arrastando a passos de tartaruga.
Um dos primeiros passos para a tomada de consciência de nossos direitos de cidadãos, da força que tem a identidade e a cultura de um povo é o conhecimento de nossa realidade, de nossas potencialidades e de nosso passado, nossa história e memória. A implementação desse conhecimento deveria ser uma iniciativa das escolas, como é recomendação do Ministério da Educação e Cultura. O ensino da história local é uma obrigação das Secretarias de Educação, Cultura e Esportes Municipais, porém essa não é a nossa realidade. Nossa memória está se esvaindo...
Preocupado com essa realidade é que o Instituto Pernambucano de História, Arte, Cultura e Cidadania – IPHACC, sempre direcionou suas ações para o registro de nossa memória e a preservação da nossa história. Assim inicia mais uma jornada em favor do fortalecimento da nossa identidade, mais um desafio aceito por Carlos Mosca e Ronaldo Nerys, dirigir mais uma obra audiovisual santacruzense. “Cá, com meus botões...” é o título do documentário de média-metragem que terá duração de 30 minutos, será captado em mídia digital e finalizado
O filme propõe uma viagem através da história que refletirá sobre as permanências e as mudanças sócio-culturais na cidade de Santa Cruz do Capibaribe, a partir do advento da Sulanca. Nossos costumes e nosso cotidiano antes e depois da Sulanca. A recepção de um passado recente, tendo por base a memória dos seus habitantes que, em sua dialética, protegem esse patrimônio material e imaterial santacruzense.
Acreditamos que o cinema não é só entretenimento, mas uma ferramenta sócio-cultural que se bem dirigida, tem o poder de mudar realidades individuais e coletivas, visto trazer na sua prática/teoria a observação do outro como matéria-prima da sua criação imagética. Acreditamos que se pode fomentar aos cidadãos, meios para que preservem, reflitam e planejem suas decisões, sobre seu patrimônio material e imaterial.
O município de Santa Cruz do Capibaribe tem história e memória e é através de trabalhos de registro e reflexão como o documentário que propomos, que se fortalece sua identidade e os laços afetivos que unem, não só os seus filhos naturais, mas também aqueles que encontraram aqui sua “terra-mãe adotiva” e seu lugar para viver.
O projeto está em fase de pré-produção, pesquisa e captação de recursos, entrará em produção durante os meses de dezembro de 2008 e março de 2009 e tem a previsão de estréia no mês de setembro de 2009
Temos como objetivo a superação, sempre melhorar tecnicamente e levar o nome de nossa cidade com cada vez mais qualidade e cada vez mais longe. Pensando assim, esperamos contar com o apoio da população no tocante à liberação de arquivos/acervos pessoais para reprodução, como também contar com o apoio financeiro, como sempre, através de patrocínio das empresas que compactuam com esse nosso pensamento e que acreditam na nossa potencialidade.
Quaisquer informações ou esclarecimentos, favor contactar a produção através do email moscadesign@yahoo.com.br
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