sexta-feira, 23 de janeiro de 2009


Este texto me foi enviado pelo grande amigo Betto Skin. Tomei a liberdade de publicá-lo no meu blog, pois tudo que me emociona, me incentiva a compartilhar com os outros. Dá licença Betto. Tenho certeza que onde Ronaldo estver, estará te aplaudindo e assinando embaixo de todas as suas realizações para o engrandecimento de nossa arte e de nossa cultura.

"...e um dia nós estávamos divagando sobre a morte...ele me deu esse poema que transcrevo agora:

DESCANSO EM PAZ
Nesse ambiente quase aquoso
Entre ossos de entes queridos
Hoje pútridos, fedidos e esquecidos
Orno de bichos minha morada


Desta Arles Observo as luzes
Da urbe que me condenou
A morrer antes do previsto
Asco sinto Graças dou

Porquanto sou feliz
Nesta alameda
Entre o ar lúgubre e bucólico
Os corvos e o
Odor úmido da morte


Onde o silêncio só é quebrado
Por alguns aventureiros canários
Que na minha cova
Acalentam meus ouvidos
Com músicas divinas
Que os ossos apuram

Sem tirar a máxima inscrita
Em mármore negro e letras bronze
De algumas sepulturas
"Descanso eterno dá-lhe Senhor
A luz perpétua e o esplendor"

R. Nerys, algum dia de 1986. ...é isso meu velho amigo."

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Diário da Sulanca: Ataque cardíaco tira a vida de Ronaldo Nerys

Diário da Sulanca: Ataque cardíaco tira a vida de Ronaldo Nerys

CURTA POESIA a Ronaldo Nerys


















(foto:Ronaldo Nerys)

Pela luz dos teus olhos
Pelo olhar que fazes daqui
Que daqui fazes um lugar melhor
Que me faz melhor
Sem chegar a teus pés
Trilho caminhos
Cruzo fronteiras por eles
Por tuas pegadas
Tantas histórias
Por tua boca
A tua história
Com tintas de tantas paletas
Com luzes de tantas poesias
De tantas personagens
De tantas telas
Um pouco também a minha
Tanto e tão curto é o tempo
Nada a dizer
Tanto a contar
Sem pontos nem vírgulas
Sem sígnos inúteis
Preenche os espaços
Os neurônios
Os pulmões
O estômago
O coração
Todo o papel
Os sete buracos
e ponto